Carinho retribuído com deselegância

O policiamento já havia feito o providencial cordão de isolamento, para evitar tumulto. Quando a delegação do Santos Futebol Clube desembarcou na capital piauiense, no início da madrugada, não faltou carinho por parte da torcida. Com simpática reciprocidade de alguns jogadres, como André e Rafael Galhardo, para citar dois exemplos.

Todavia, como é comum quando grandes estrelas chegam por aqui, os truculentos seguranças roubaram a cena. Nem sei se alguém viu Neymar, ou se ele viu algum torcedor. Parece até que a ordem era não ver o Neymar. Não conceder entrevista, não parar para dar autógrafo, é até certo ponto aceitável. Cada um age como sua consciência de ídolo entende. 

Mas não dar ao torcedor sequer o direito de ve-lo passar a um metro de distância, por rápidos 30 segundos, é, convenhamos, no mínimo, uma deselegância e falta de gratidão a quem o idolatra 365 dias por ano - o apaixonado torcedor. Tão apaixonado que, provavelmente, nem perceba esse tipo de comportamento antipático que, com raríssimas exceções, é comum quando da proximidade entre fã e ídolo.