Piauí faz grave denúncia e TJD suspende julgamento

O atleta do River está no chão. Antes de ser expulso, Jorginho (encoberto pelo n° 2 do River, Alex Santos) é advertido com cartão amarelo pela segunda vez. O cartão que não consta no relatório e na comunicação de penalidades anexada ao processo no TJD (Foto - Maurício Pokemon).

Por ocasião do julgamento do processo referente ao jogo River x Piauí, pela sexta rodada da Fase Classificatória do 2° turno, quando cinco atletas foram expulsos pelo árbitro Leonardo Marques, o advogado do Piauí Esporte Clube, Carlos Said, levantou uma questão extremamente grave: a adulteração da súmula da partida pelo próprio árbitro, provocando o encerramento da sessão.

Todo o problema foi gerado em torno da expulsão do lateral direito Jorginho. No jogo, o atleta foi advertido com cartão amarelo no 1° tempo e novamente na fase final, ocasião em que foi expulso pela segunda advertência. Na comunicação de penalidades entregue á FFP, Leonardo Marques registra a expulsão de Jorginho como fruto da segunda advertência, tal qual ele procedeu durante o jogo.

Todavia, no relatório das expulsões, ele menciona que Jorginho foi expulso mediante apresentação direta do cartão vermelho. A adulteração a que o advogado do Piauí se refere é devido o fato de, no processo que estava em pauta, existir uma outra folha de comunicação de penalidades, assinada pelo árbitro Leonardo Marques, mas não assinada pelos capitães das duas equipes, e onde consta a expulsão de Jorginho como decorrente de cartão vermelho direto.

Este documento não consta no processo. Um outro, semelhante, mas sem a assinatura dos capitães e com o registro de Jorginho expulso diretamente com cartão vermelho, é o que está nos autos. Para o advogado do Piauí, esta peça que foi apresentada é a original, o que, segundo ele, "comprova que a súmula foi adulterada para prejudicar o Piauí".

"A súmula foi adulterada", denunciou Carlos Said - "e por tal motivo eu peço o arquivamento do processo". Carlos Said apresentou uma cópia do que seria o documento original, que chegou a ser publicado no site da Federação, substituído pela nova peça, que encontra-se nos autos, e republicado novamente, conforme se encontra atualmente no mesmo site da FFP.

O relator do processo, auditor Charles Mello, solicitou que os autos sejam convertidos em diligência e que seja procedido exame grafotécnico nas assinaturas do árbitro e dos capitães constantes no documento apresentado por Carlos Said, e a do árbitro no documento que consta dentro do processo. O River, por sua vez, pediu que fossem solicitadas imagens do jogo às emissoras de televisão.

Ainda a propósito da expulsão de Jorginho, a prevalência da informação de que ele foi expulso em face do segundo cartão amarelo, tira-o da pauta, uma vez que o TJD não tem punido atletas nesta condição. Com a suspensão, porém, e a conversão do processo em diligência, dificlmente deverá ocorrer julgamento antes das finais do Piauiense 2014, o que deverá proporcionar que todos os atletas - tanto do River quanto do Piauí, atuem os últimos jogos da competição.

Antes da sessão ser suspensa, o técnico Evair Aparecido Paulino foi julgado pelos incidentes em Parnaíba, e foi punido com 8 jogos de suspensão. Já o lateral esquerdo do Flamengo, Siderval, pegou 7 jogos, sem que o Flamengo tenha mandado advogado para defende-lo.