quinta-feira, 10 de maio de 2012

Loloca: na história do River e do samba riverino

“Hoje eu vou ao Lindolfo Monteiro,
Eu quero ver o meu River jogar
Quero ver Manguito e Gereba
Vou aplaudir o Professor Vilmar
Caetano, Amadeu, Maioba
Pela ponta entregando para Artur
Artur devolveu para Loloca
Olha o Waldeck, sururu, é gooolll
Veio a bomba de Tassu
Sou riverino de coração
Eu vou rezar prá ser o nosso o campeão”

Até os torcedores mais jovens do River Atlético Clube já ouviram, pelo menos uma vez, esta canção tocando no rádio ou cantada por um torcedor da velha geração. Uma canção que entrou para a história do River. Assim como os jogadores que o compositor escalou a cada verso de Riverino de Coração, lançada nos anos 60.

E de todos esses ídolos imortalizados por B. Assis, somente um deles ainda reside em Teresina. Trata-se de Eraldo Francisco de Paula, um senhor de 70 anos que, no mundo do futebol, ficou conhecido pelo apelido de Loloca. Pernambucano de Recife, onde nasceu a 30 de março de 1942, Loloca só veio para o Piauí em meados da década de 1960, depois de ter jogado no time juvenil do Sport e nos profissionais do Íbis, que ainda não tinha a fama de “pior time do mundo”.

Antes de ser contratado pelo River, Loloca teve uma rápida experiência no Olaria, do Rio de Janeiro, e disputou a extinta Taça Brasil pelo Ceará Sporting. Sua história no futebol piauiense começa, oficialmente, no dia 09 de agosto de 1964, quando fez sua estréia no time tricolor. Mas Loloca não ganhou títulos. No ano em que esteve mais perto desta conquista – 1965 – o Flamengo reverteu uma desvantagem com Gringo marcando um gol ao apagar das lulzes, adiando a decisão que, no jogo seguinte, foi ganha pelo adversário.

Hoje, aos 70 anos, Loloca guarda boas e amargas recordações do futebol.
E é exatamente desta noite de quarta-feira, quando Gringo marcou no último minuto, decretando a vitória do Flamengo, que Loloca guarda as maiores recordações na casa onde reside, à Rua 13 de Maio, zona sul de Teresina, ao lado do Palácio da Música. O River venceu o primeiro Rivengo da final e precisava apenas do empate para ser campeão.

Paulinho abriu a contagem e Loloca empatou. Quando o cronômetro marcava 44 minutos do 2° tempo, a torcida comemorava o título. E Loloca, certamente, sairia do Linidolfo Monteiro como herói. Mas o atacante pernambucano estava predestinado a não ganhar títulos no futebol piauiense. Gringo marcou o 2° gol do Flamengo e forçou a realização do terceiro Rivengo. Loloca voltou a fazer sua parte, marcou os dois gols do River, mas a vitória foi do Flamengo (3 a 2), com o título escapando-lhe mais uma vez.

JOGOS IMPORTANTES

09/08/1964 – River 1x3 Comercial – Estréia de Loloca no Campeonato Piauiense.
23/09/1964 – River 5x0 Piauí - Dois primeiros gols de Loloca no Campeonato Piauiense.
23/08/1964 - River 2x1 Flamengo - 1° Rivengo de Loloca.
15/12/1965 - River 1x2 Flamengo - O River deixa de ser campeão com o gol da vitória do Flamengo sendo marcado no último minuto. Loloca fez o gol que seria o do título.
18/12/1965 - River 2x3 Flamengo - Jogo final do Campeonato Piauiense, com Loloca marcando os dois gols do River. O Flamengo, porém, fica com o título.

Quinha, Loloca e Vilmar: este último foi o maior craque que Loloca viu atuar.
 
CLUBES EM QUE ATUOU

Sport Club do Recife (juvenil)
Íbis Esporte Clube (Recife-PE)
Olaria Atlético Clube (Rio de Janeiro – RJ)
Ceará Sporting Club (Fortaleza – CE)
River Atlético Clube (Teresina – PI)
Esporte Clube Flamengo (Teresina – PI)
Botafogo Esporte Clube (Teresina – PI).

NÚMEROS NO CAMPEONATO PIAUIENSE

1964 – 14 jogos, 4 gols
1965 – 16 jogosm, 7 gols
1967 – 5 jogos, 1 gol
1968 – 7 jogos, 1 gol (Botafogo)
Total – 42 jogos e 13 gols

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