Para chegar a esta festa, nada aconteceu por acaso (Foto - Luís Júnior / AA Altos) |
Embora estando à distância do cotidiano da Associação Atlética de Altos, observei alguns motivos que, no meu entendimento, foram fundamentais para que o time da terra da manga conquistasse o título do Campeonato Piauiense de Futebol da 1ª Divisão de Profissionais. Vamos a eles:
1 - O amor do seu presidente Warton Lacerda pelo futebol. Certamente, em algum lugar do passado, ele imaginava fazer o que tem feito se oportunidade tivesse para tal. A possibilidade surgiu com a vitória da esposa, Patrícia Leal, para o cargo majoritário da Prefeitura de Altos.
2 - A elaboração de um planejamento, desde a fundação da equipe, em 2013, iniciando pela formação da primeira diretoria, comissão técnica primeiros jogadores e amistosos visando a filiação junto a Federação de Futebol do Piauí e a disputa do Campeonato da 2ª Divisão.
3 - O apoio da prefeita Patrícia Leal, que não mediu esforços para, dentro dos parâmetros legais, dar o seu incentivo ao futebol, vislumbrando os frutos que, outrora, já foram colhidos, em situações semelhantes, por Picos (campeão piauiense em 1991, 1994, 1997 e 1998), Parnahyba (campeão em 2004, 2005, 2006, 2012 e 2013), Barras (campeão em 2008) e 4 de Julho (campeão em 1992, 1993 e 2011). À época, todos eles tinham expressivo apoio do poder público municipal.
4 - O acerto na contratação dos jogadores. Desde a 2ª Divisão, Warton Lacerda e seus companheiros mais próximos erraram muito pouco. Sem fazer cálculos mais exatos, imagino cerca de 90% de acerto nas contratações.
5 - A visão de montar-se uma estrutura que fosse, no mínimo, igual à do mais forte adversário - neste caso, o River. Esse tempero foi fundamental para o Jacaré ter a credibilidade na hora de buscar parcerias.
6 - Em cada ação da diretoria, ao passo desses três anos de futebol profissional, a correção de erros anteriores. Quando houve falha, na primeira oportunidade ela foi corrigida. Um dos últimos exemplos pode ser a troca de treinador. Quando o time perdeu Francisco Diá, Warton Lacerda trouxe Ruy Scarpino. Mas viu a tempo que ele não iria muito longe, acertando com Paulinho Kobayashi.
7 - A contratação de nomes que podem dar uma referência positiva ao plantel, como foram os casos de Tiaguinho, Roni, Pantico, Carlinhos Bala e agora Eduardo. Com as conquistas, e o futebol apresentado em campo, outros foram sendo vistos e alcançando seu espaço, casos de Esquerdinha, Marcelo, Manoel e Gênesis. Para citar apenas estes exemplos.
8 - A criação de mecanismos básicos para divulgação de um clube de futebol que busca afirmação e popularidade. O hino oficial, o mascote, a confecção de camisas para atender a demanda da torcida, a página no facebook com excelente material fotográfico. Quem é do ramo do marketing sabe o quanto isso é fundamental.
9 - O aproveitamento da primeira competição nacional para atingir resultados positivos que, certamente, foram importantes nos contatos com profissionais da bola e empresas da iniciativa privada fora sediadas fora do Piauí.
10 - Por fim, em face de cada resultado, o crescente apoio da torcida, que passou a ver, no seu representante, um motivo a mais para ter orgulho de ser altoense.
Severino Filho (Buim)
Editor
Severino Filho (Buim)
Editor
Perfeita análise Buim. Altos já merecia o título desde o ano passado. Só queria acrescentar o ótimo trabalho realizado pelo Lancuna , tanto na formação do elenco inicial , quanto na definição de um padrão de jogo e de um espírito aguerrido para o time.
ResponderExcluirÉ, também notei o quase esquecimento do GRANDE trabalho feito pelo LANCUNA que, praticamente, plantou a semente do que hoje é a ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DE ALTOS. LEMBREM-SE: "campeão, sempre! Ingratidão, nunca!!"!!
ResponderExcluirismar!!
Não são 10, mas tenho razões de sobra para me preocupar sobre o futuro próximo relacionado ao time de Altos.
ResponderExcluirQuem era Altos antes do profissionalismo, no seu nascedouro, enquanto esperava pretendentes à Segunda Divisão e vendo de longe morto-vivo como Cori-Sabbá se dando o direito de se licenciar por um ano e voltar à mesma primeira divisão? Quanto ao planejamento triunfante, não se trata de time que começou por baixo. Filiou-se do jeito mais custoso possível. Não cuidou da tão repisada base como a geração nova da arbitragem faz. Não provou competência ainda.
Seu manda-chuva foi afastado das funções durante 15 dias por ter falado à imprensa o que quis da arbitragem local. Já que virou a menina dos olhos, alguém teve notícia de quem tomou à frente durante esse período ou lançou nota de repúdio de tomada de providências, inclusive criminais? Aliás, quantos fazem parte da cúpula altoense e quais as suas respectivas ocupações? Com mesmo tempo livre do dono para se sobrecarregar à toa sem se atualizar com os procedimentos burocráticos?
Por que admitiu o causídico e o supervisor de dois clubes ao mesmo tempo na temporada passada, numa infeliz falta de personalidade e atitude na hora de defender as causas arrojadas do clube, que pôde ser constatado em 2017 quando admitiu a volta ao sorteio do juiz que lhe prejudicou na final do primeiro turno na rodada em que reaparecia Altos x Parnahyba? Por que o corpo jurídico se resignou tão rapidamente quanto ao flagrante armado do Gilcelan e baphon não criminoso do Bafana, com acompanhamento de perto pela senhora prefeita, de maneira diametralmente oposta à tentativa de calar o blog?
Outra: o time não soube aproveitar a janela de oportunidade. Fora displicentemente apelidado no ano passado de Manga Mecânica. Não prosperou tal fanfarronice. Insistiram num tal do Jacaré (que durante muito tempo foi compreendido como lagarto!), que não tem referência nem na camisa da equipe, que ora aparece na cor azul, ora verde, ora branco feito camaleão... Qual a ligação histórico-cultural de Altos com a Escócia, em termos de se assumir ora Glasgow Rangers, ora Celtic, numa indecisão tremenda quanto ao uniforme principal? Além disso, é uma associação novata que deveria exigir, no mínimo, da senhora CBF os benefícios de um promédio nos rankings da vida, porque não teve 5 anos de profissionalismo.
Sobrelevou multa rescisória por Manoel e outros mais, que nem a associação lucrativa de bairro mais populoso poderia cobrir. É perigoso para um time sem-teto que busca a autossustentabilidade financeira, sem evidenciar receitas para os patrocinadores, nem para a imprensa.
O badalado Athirson já se queixava sobre o estado do gramado do Estádio Felipe Raulino. Não deram ouvidos ao treinador iniciante nem ao experimentadíssimo Flávio Araújo, fizeram ano passado lá “a final que não valeu” pra 150 testemunhas pela contagem oficial, com direito a escada encostada no muro que não era para trocar os gols porque não tinha placar, alambrado baixo, maca estreita patrocinada pela Trigo & Cia e reservas em pé. Aí quando chega na hora da verdade (simples primeira fase da Série D), vem a eterna promessa de ajeitar estádio com aumento de capacidade e com cabines de respeito. Estamos esperando meses sair uma surrealista arena multiuso Deusdedit de Melo também, que poderia servir de estádio reserva pelo excesso de jogos na capital, bem como só ouvimos bravata e alguns foguetes molhados dos aliados políticos do dirigente.
ExcluirAltos está pagando o preço de ser sufocado pela Grande Região de Teresina com três times de tradição, mas que não levam mais o público de antes. Mandou seus jogos em Teresina, não criou raízes na capital e saiu no prejuízo em todos os jogos (por assim dizer, pela folha salarial incompatível com o apoio que receberia em sua cidade, afrontando aos rigores do Profut e correndo riscos sucessivos de rebaixamentos).
Vem se revelando um verdadeiro enfeite com velhas práticas de fazer futebol, ou seja, mais uma encheção de amadorismo que não serve pra nós. Falta o pilar básico da democracia, a tão alijada transparência. Quanto o time tem de patrimônio, sede em seu nome, receita, despesa e sócio-torcedor que de repente apareceu aos montes? Quando ocorre eleição ou o cargo de diretoria é vitalício para quem alegar condição de fundador de qualquer aberração que surge?
Há de se lembrar que fizeram pré-temporada de luxo no Ceará, maior que a do Fortaleza EC, e pagaram por três vezes arbitragem de fora. Será que a folha de pagamento ainda pode comportar dois auxiliares técnicos no banco de reservas e mais 68 atletas registrados para um reles estadual, só perdendo para as extravagâncias de Flamengo, Picos e Piauí?
Sobre a desistência prenunciada do Altos, algumas considerações:
ResponderExcluirA Copa Piauí é a realidade do miserê dos times piauienses. Altos se recusou a participar, mesmo que viesse a possibilidade de dar cancha ao seu desativado sub-20.
Por que não retirar o “ganha-pão” dos filiados, pra dar um gostinho de quero mais numa próxima vez que for choramingar frente às câmeras? Por que não retirar o patrocínio do governo do estado, já que deslavadamente mentiram que tem base.
Altos tinha treinador contratado. Chegou na hora do “vamos ver”, pulou fora, alegando a liseira de um time que pretensamente recebe a maior bolada das cotas de competições nacionais no futebol piauiense. Hamletianamente, Altos foi o mais do mesmo.