segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Eduardo, ídolo no Flamengo, agora inesquecível no Galo

Como os grandes ídolos do passado, Eduardo entra para a história tricolor (Foto - MAURÍCIO POKEMON)
Desde a Série D do Campeonato Brasileiro de 2014, a torcida tricolor, a imprensa e tantos outros que acompanham o futebol piauiense, esperavam o brilho de Eduardo com a camisa do River. Pela história que construiu no futebol piauiense, suíço e francês, estava em dívida com o Tricolor, com o River não conseguindo o acesso no ano passado. Até parece que esta dívida fora retalhada em suaves prestações, pagas a toque de caixa.
 
Em atraso na Série D de 2014, Eduardo resolveu apressar a quitação deste débito no Piauiense de 2015. Com motivos de sobra para não ser esquecido. É só comparar com a passagem do atacante pelo Flamengo, onde ainda hoje é cantado em prosa e verso, idolatrado cada vez que alguém pronuncia seu nome.
 
No Flamengo, Eduardo não ganhou o título de campeão piauiense de profissionais, sequer disputou a decisão do título; no River, foi importante na campanha do bicampeonato, conquistado nesta temporada. E apesar de marcar muitos gols com a camisa rubro-negra, foi com a tricolor que ele colocou seu nome entre os artilheiros do Campeonato Piauiense, também em 2015.
 
Mesmo assim, os olhares para Eduardo, por grande parte da torcida, ainda tinham um ar meio cético. Inclusive durante o início da Série D que o Galo continua disputando. Não era difícil encontrar um riverino que comentasse "ele ainda não me convenceu, não é o Eduardo que o River esperava". E mesmo quitando boa parte das prestações, ele continuava devendo. Mas resolveu pagar tudo, com juros e correção.
 
Mesmo tendo a consciência de que opinião neste sentido é algo de cunho subjetivo, não tenho dúvida de que Eduardo pagou tudo que estava devendo. Suas últimas exibições, no meu modo de ver, já o colocam ao lado de Vilmar, Tassu, Sima e outros históricos que a torcida do Timão não esquece. Certamente vai aparecer quem pergunte pelo Fabinho, pelo coletivo da equipe, pela eficiência da defesa.
 
Sei de tudo isso, mas a presença do artilheiro na hora certa, no momento, quiçá, que o futebol do Piauí mais precisou nas últimas três décadas, imortalizou um ídolo que já existia com a camisa do rival, mas que ainda não brilhara com a do Galo. O gol de placa contra o Lajeadense no Albertão, a privilegiada inteligência ao deixar a bola passar para Fabinho marcar o gol da classificação, os dois gols contra o Ypiranga...
 
É, Eduardo Ribeiro dos Santos, piauiense de São João do Piauí, 35 anos. Você transpôs a estreita porta por onde também passaram Honorato, Ventura, Vilmar, Tassu, Osíris, Júlio, Paulo Choco, Sima, Meinha, Nivaldo, Maurício Pantera, Pantico, Lira e tantos outros. É bem verdade que em suaves prestações, mas pode jogar o carnet fora. Ele já está quitado.

Severino Filho (Buim)
         Editor

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