sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Cesarino Oliveira

Em Campo Maior, recebo certificado das mãos de Cesarino Oliviera.

O falecimento do professor Cesarino de Oliveira Sousa, ocorrido na madrugada desta quinta-feira (01), deixou o esporte piauiense de luto. Durante todo o dia, centenas de amigos foram ao velório e, por fim, ao último adeus, na cerimônia de sepultamento, que teve lugar no Cemitério Jardim da Ressurreição. O Piauí perdeu um grande desportista. Eu perdi um amigo.

Três momentos do atleta: garoto, no ABC do Bariri, no time da Prefeitura, e no futsal do Auto Esporte.
Amigo que conheci no final de minha adolescência. Eu, aluno do Liceu Piauiense; ele, meu professor de Educação Física. Desde então, sempre tivemos um ótimo relacionamento de amizade. Com meu ingresso na crônica esportiva, a amizade só fortaleceu, inclusive pelo fato de sempre estarmos nos encontrando. E de cada ciclo, posso recordar uma lembrança.

Na seleção piauiense vice-campeã brasileira de juniores. O segundo em pé, entre o massagista Luís Ramalho e o médico Grimário Nobre.
Do atleta de futebol de campo, lembro-me da sua rápida passagem pelo Piauí Esporte Clube, no início do Campeonato Piauiense de 1975. No futsal, considero momento ímpar a sua presença na seleção piauiense que disputou o torneio na inauguração do Ginásio Verdão, enfrentando Náutico (PE) e Sumov (CE). 

Cesarino (presidente da Fagep), Alberto Silva (governador) e este cronista (1990). 
Tive a oportunidade de acompanhar o seu trabalho quando atuou como técnico. Inclusive à frente da Seleção Piauiense que foi vice-campeã brasileira de juniores. Logo depois, veio o título inédito do Auto Esporte, com ele no comando da comissão técnica. Em outros clubes, como River e Flamengo, foi supervisor, preparador físico e treinador.

Supervisor e diretor de futebol nos clubes.
Na presidência da extinta Fagep, do Piauí Esporte Clube, do Clube das Classes Produtoras. E na Federação de Futebol do Piauí, onde atuou como diretor de futebol, vice-presidente e, por fim, presidente. Foram quase 50 anos de convivência e amizade. Oportuno reconhecer, também, as diversas ocasiões em que o empresário patrocinava nosso trabalho com a marca da sua Sportiva.

Mas a melhor lembrança não vem de nenhuma dessas citações. Por volta de 1980/81, carnaval efervescente tanto na Avenida Frei Serafim quanto nos clubes sociais, eu e meu irmão Tarcísio, batuqueiros da Escola de Samba Sambão, aventuramos a entrada no Jockey Club depois do desfile na avenida. A folia tinha que continuar madrugada adentro, mas como entrar no Jockey Club sem ser sócio e sem ingresso? Tão logo chegamos no portão principal, olha quem eu encontro: meu amigo Cesarino.

- Cesar, rapaz, tu vais me ajeitar. Eu e o meu irmão. A grana tá curta, não somos sócios, faz alguma coisa aí.
- Faz o seguinte – respondeu solícito – aqui está a minha carteira e a do meu irmão, o Chagas. Vocês entram com ela e me devolvem lá dentro. 

Como era muito conhecido, Cesar entrou sem necessidade de mostrar carteira ou ingresso. Todos sabiam que ele era sócio do clube. Lá fora, eu pego a carteira do Chagas (também de saudosa memória) e o Tarcísio fica com a do Cesar. Na entrada do clube, mostrei a carteira do Chagas e passei. Quando olhei para trás, Tarcísio ficou. Só ouvi o porteiro:

- Epa, aqui é o Cesarino. Cadê sua carteira?

Confesso que nem fiquei para ajudar a resolver o problema. Só procurei o Cesar e disse que alguma coisa tinha dado errado. Não demorou e logo encontrei meu irmão no meio da folia. O Cesar resolveu o problema dele também.

Esse Cesar é o que eu vou guardar nas lembranças.


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