sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Osvaldo Brandão: uma grande perda para o esporte


Muito difícil escrever alguma coisa quando se perde um grande amigo. É assim que me sinto após a notícia da morte de Osvaldo dos Santos Brandão. Nos últimos 20 anos, nem sei quantas vezes conversamos sobre futebol, do passado e do presente. Ele podia estar em Brasília, Parnaíba ou Teresina. Por telefone ou pessoalmente, sempre estávamos em contato. Tentando corrigir erros do presnete ou buscando a verdade de fatos históricos do passado.

Profundo conhecedor do futebol, e incansável pesquisador, foi um dos principais responsáveis pelo resgate dos títulos estaduais referentes aos campeonatos promovidos pela Liga Parnaibana, antes da fundação da Federação de Futebol do Piauí. Em todo o país, os campeões estaduais até 1940 são os clubes campeões das competições promovidas pelas ligas. É assim no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no restante do Brasil. No Piauí não poderia ser diferente.

Trata-se de uma verdade histórica que não tem como ser alterada. O Parnahyba é campeão piauiense, pela Liga Parnaibana, em 1916, 1919, 1924, 1925, 1927, 1929, 1930 e 1940. E Osvaldo sempre lutou para que isso tivesse divulgação, para que a verdade histórica não fosse distorcida. E esse reconhecimento, embora desnecessário, lhe dava uma grande satisfação.

Correto em suas atitudes, e avesso a carteiradas, fazia questão de pagar seu ingresso nos jogos do Parnahyba, mesmo quando tinha o direito da gratuidade. Jamais compactuou com qualquer possibilidade de se divulgar números de renda e público que não fossem reais, conforme o que, de fato, houvera passado pelas bilheterias. Nunca pensou duas vezes para dar sua ajuda ao Parnahyba. E poucos trabalharam tanto pela memória do clube.

Por ter certeza disso, avisei-lhe que seria meu homenageado no volume 6 da Coleção Severino Filho – Memória do Futebol Piauiense. Ficou profundamente agradecido. Uma pena que ele partiu tão cedo, pois ainda tinha muito a contribuir com seu Parnahyba, com a memória do nosso futebol. Mas seus exemplos de cidadania e desportividade permanecem por aqui. E serão sempre uma grata recordação de quem fez tudo para dar ao Parnahyba e ao futebol parnaibano, o que já havia sido conquistado desde a chegada da primeira bola. A ele, nossa gratidão perene, e o desejo de que tenha um bom descanso. Até um dia, meu amigo! 

Severino Filho (Buim)
     Editor

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