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domingo, 30 de dezembro de 2012

Miguel Ângelo: 30 anos como médico no futebol piauiense

Nos anos 80, Miguel deixou a torcida para atuar como médico do time tricolor.
Na noite do dia 26 de janeiro de 2013, quando o River entrar em campo para enfrentar o Cori-Sabbá, na cidade de Floriano, o médico tricolor, Miguel Ângelo, estará em ação pelo 30° ano consecutivo na história do Campeonato Piauiense de Futebol da 1ª Divisão de Profissionais. Um recorde que ele vai ampliando a cada temporada.

Torcedor riverino de ir para as gerais e arquibancadas do Lindolfo Monteiro e do Albertão, Miguel Ângelo acompanha o River desde garoto. Mas foi em 1984 que ele assumiu a função de médico do clube, disputando seu primeiro campeonato. E é logo desse primeiro ano o episódio que, se pudesse, mudaria a história.

No 4 de Julho campeão de 1992, Miguel é o penúltimo em pé, ao lado de Edilson Moreira.
"Nas finais do 1° turno" - recorda o médico tricolor - "o zagueiro João Carlos Tigre, que estava entregue ao departamento médico, disse não estar mais sentindo uma distensão. Eu quis vetá-lo, mas ele disse que não sentia nada. Eu sabia do risco, mas liberei. Com menos de 20 minutos, ele deixou o campo e o River terminou perdendo o título do turno. Hoje, mais experiente, eu teria vetado sua participação naquela decisão".

River: paixão de pai para filho.
Além das finais ganhas, que deram ao River os títulos de 1989, 1996, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2007, Miguel Ângelo Costa Lago, 61 anos (Teresina-PI, 24/05/1951), guarda na memória, com especial carinho, um Rivengo do Campeonato Piauiense de 1998. "O River já estava eliminado e o Flamengo precisava vencer o clássico para ter chance de ir para a decisão", lembra.

"Um dirigente do Flamengo chegou a procurar nosso presidente para oferecer uma gratificação. Eu, então acumulando as funções de médico e vice-presidente, disse que não faríamos isso. No último treino, falei com cada jogador e disse que precisávamos deixar o campeonato dignamente. No vestiário, antes do jogo, falei com cada um, olho no olho, lembrando a necessidade de sermos dignos e jogar para vencer, como deve ser sempre".

"O Flamengo ainda fez 1 a 0, já no segundo tempo, o que deve ter provocado a desconfiança de muita gente. Mas viramos para 2 a 1, com gols do Matoso e do Silvan, e eliminamos o Flamengo. No final da partida, enquanto eu abraçava e parabenizava cada atleta, alguns jornalistas censuravam a nossa vitória, achando que deveríamos ter feito a marmelada. Ainda hoje me emociono quando me lembro daquela noite no Lindolfo Monteiro", afirma.

Médico também dos adversários: cena comum nos gramados piauienses.
A trajetória que chegará ao 30° campeonato poderia ter sido interrompida em 1992 quando o River ficou fora da competição. Miguel fez diferente e trabalhou para outros times, por simples amor ao esporte. A recompensa não veio somente com a satisfação do dever cumprido. Ele também ganhou o título, tornando-se campeão piauiense com o 4 de Julho. Trabalhar para outros clubes, a propósito, é fato comum. Adversário do Galo que não tiver médico pode ter certeza que Miguel Ângelo estará pronto para ajudar no que for necessário.

Oito vezes campeão piauiense (7 pelo River e 1 pelo 4 de Julho), Miguel não esconde o desejo de aumentar também estes números. E diz, sem nenhum constrangimento, que "o título de campeão de 2013, para o River, será o melhor presente pelos 30 anos de Campeonato Piauiense". Feito o pedido, o time agora tem mais este motivo para buscar os resultados positivos já a partir do dia 26 de janeiro, quando o Galo irá estrear na competição, diante do Cori-Sabbá.

Atento à possibilidade de um acidente, ele também cuida de amarrar o cadarço no tênis do pequeno mascote.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deixa mesmo Berimbau

Há alguns anos atrás, o lateral direito Berimbau, uma das revelações do futebol de Campo Maior, foi contratado pelo River. Na mesma ocasião, subindo das categorias de base do Tricolor, despontava o goleiro Cascata. Achando aqueles nomes um tanto inadequados para o futebol, o médico Miguel Ângelo chamou os dois atletas num canto e indagou:

- Berimbau e Cascata. Vocês são muito bons, com potencial para jogar em centros mais adiantados, mas, convenhamos, com esses nomes é meio complicado. A gente poderia mudar isso. Cascata, como é seu nome mesmo?

O jovem goleiro respondeu:

- Meu nome é Clayton.

- Veja só - disse Miguel, com ar de alegria - um nome bonito, foi até de um outro grande goleiro do River, campeão de 99. Pois pronto. Agora você vai ser o Clayton. É melhor assim. E você Berimbau, como é seu nome?

- Francisco Pereira da Silva -, respondeu o lateral.

- No seu caso - disse o médico, um tanto desapontado - é melhor deixar Berimbau mesmo.