Durante toda a sexta-feira (18), autoridades, dirigentes de clubes e membros de torcidas organizadas estiveram reunidos no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI) para acompanhar a palestra “Marco de Segurança no Futebol”, realizada pela Federação de Futebol do Piauí (FFP), com o apoio da OAB-PI e do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI). O evento marca a abertura das comemorações do Centenário do Campeonato Piauiense e faz parte da programação do “Workshop Futebol Piauiense: Temas e Debates”.
A palestra foi ministrada pelo major da Polícia Militar do Pará, Luiz Octavio Lima Rayol, especialista em segurança e um dos coordenadores do Guia de Recomendações para Atuação das Forças de Segurança Pública em Praças Desportivas, do Ministério da Justiça e Ministério dos Esportes. A segurança nos estádios e as ferramentas legais de enfrentamento à intolerância desportiva foram alguns dos temas abordados.
O major comentou sobre a origem das torcidas organizadas na Europa, sua influência e similaridade no Brasil, bem como a semelhança com os black blocs brasileiros das manifestações de 2013 pelo passe livre e os Hooligans ingleses, no que se refere à violência praticada por torcedores. Também foi pauta de discussão a Portaria nº 290 do Ministério dos Esportes, que trata sobre os laudos técnicos dos estádios.
De acordo com o presidente da FFP, Cesarino Oliveira, a segurança se tornou um marco preocupante em relação à evolução do futebol. “Em 2015, nós evoluímos para uma série seguinte do futebol brasileiro e isso fez com que nosso estado recebesse jogos da série C e D. Com isso, tivemos alguns problemas que vemos no mundo e no Brasil, como agressões entre polícia e torcedores. Não é isso que queremos pro futebol. Queremos que as famílias possam frequentar os estádios com seus filhos menores, para que eles sejam os torcedores do futuro”, disse o presidente ao afirmar que a segurança é o desafio atual a ser encarado no futebol.
Para Danilo Félix, da torcida organizada Esporão do Galo, do River, a palestra foi importante para esclarecer que o problema da violência dos estádios não é apenas das organizadas. “Muita gente hoje está indo pra casa com outro pensamento. Internamente nós temos nosso horário de concentrar, sair para o estádio e voltar para a sede. Fazemos a coisa de forma organizada internamente. Só que o maior problema aqui não é a torcida organizada. Infelizmente somos os vilões. Mas se formos colocar na balança, o mínimo de organização é o principal problema. Os órgãos de segurança e demais envolvidos nos jogos precisam se organizar mais. A FFP deu um grande passo com esse evento e espero que tenham outros para que possamos melhorar o futebol no nosso estado”, comentou.
Participaram da mesa de abertura o presidente da FFP, Cesarino Oliveira; a promotora Maria das Graças do Monte Teixeira, representando o Ministério Público; o representante do PROCON, Edivar Cruz Carvalho; o presidente da Comissão de Arbitragem, José Steiffel; o presidente do TJD-PI, Luciano Benigno; Samuel Araújo, do 4 de Julho, representando os clubes filiados à FFP; o delegado Thalles de Moura Gomes, representando o secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu; e Danilo Félix, da Esporão do Galo, representando as torcidas organizadas.
Como forma de subsidiar as autoridades de segurança, a FFP irá apresentar um documento com os principais pontos debatidos na palestra para que estes possam se organizar e enfrentar os problemas que possam surgir em dias de jogos na temporada 2017.
Fonte: Assessoria da FFP